sábado, 19 de novembro de 2011

Fusões animam mercado da aviação, mas governos preocupam



Para discutir consolidação de acordos e futuro das companhias aéreas, Líbano Barroso, CEO da Tam, Pedro Heilbron, CEO da Copa, Ignacio Cueto, COO da Lan, Fabio Villegas, CEO da Taca, e Roberto Kriete, presidente da Alta, participaram de mesa no Alta’s Airline Leaders Forum, no Rio de Janeiro. Nesta manhã (18/11), os líderes reunidos - conduzidos por Gabriela Frias, âncora da CNN – falaram sobre as fusões Latam e AviancaTaca, mudanças na configuração do setor aéreo e globalização.



Líbano Barroso, Tam; Fabio Villegas, da Taca, Ignacio Cueto, da Lan; Pedro Heilbron, da Copa; e Roberto Kriete, da Alta.


A menina dos olhos da vez é a Latam, fusão entre a chilena Lan e brasileira Tam. Recentemente unidas, as companhias ainda buscam alinhar seus processos operacionais. “Não importa se o melhor processo é da Lan ou da Tam, vamos buscar o melhor e aplicá-lo”, disse o CEO da Tam, Líbano Barroso. Ele também destacou a importância da formação de alianças, “Temos nossa marca local, que tende a crescer globalmente cada vez mais. Através de nossas alianças, um morador de Coari, lugar isolado no Amazonas, pode ir à China utilizando os serviços da Trip, da Tam e da Air China”.


Já o CEO da Copa, questionado sobre possíveis fusões, brincou “Estamos solteiros no momento. Mas é claro que sempre podemos nos apaixonar”. Para Heilbron, é importante pensar em alianças, quando se tem como meta a internacionalização de mercados.


O presidente da Alta, Roberto Kriete, aproveitou para sugerir o melhor caminho no processo de fusão. “Os objetivos devem ficar bem claros, é preciso saber exatamente aonde se quer chegar. Assim, é possível aplicar a estratégia cuidadosamente, como Avianca e Taca têm feito”, aconselhou Kriete.


Entre outras questões, os participantes levantaram o seguinte questionamento: até que ponto a intervenção do governo é saudável para o setor? Exemplos de grandes companhias que receberam investimentos por parte do governo e, ainda assim, quebraram. Por outro lado, investimentos em infraestrutura e aeroportos são bem vindos, por auxiliarem na eficiência dos serviços prestados.


O setor aéreo tem participação de 20% na economia brasileira, tendo se popularizado nos últimos anos. “Antes, era um verdadeiro evento viajar de avião. Agora, é um popular meio de transporte. Hoje, é uma questão de serviço público. Para se ter ideia, o setor gera direta e indiretamente quase um milhão de empregos”, afirmou Barroso.


Para os participantes da mesa, há uma grande dificuldade em fazer com que autoridades governamentais compreendam as mudanças atravessadas pelo setor. O COO da Lan acredita que os governos poderiam auxiliar na renovação das tecnologias empregadas. “É difícil seguir os avanços tecnológicos, muitas companhias têm obtido resultados ruins ou até mesmo quebrado. Essa é uma indústria que está longe de ser rica”, disse Cueto.


“Essa conferência é um importante passo. Precisamos que as autoridades entendam que essa indústria mudou. Há a necessidade de mover frotas para novos destinos e garantir segurança”, comentou Villegas, CEO da Taca.


Kriete analisou o cenário da aviação comercial nos últimos anos, “Se pensarmos que, há 13 ou 14 anos, era tão difícil viajar entre as capitais latino-americanas e, hoje, respondemos por 5% da aviação em todo o mundo, percebemos que é preciso mudar a postura dos governos quanto ao apoio às companhias aéreas”. Villegas também acredita que o crescimento significativo do setor demanda por mudanças políticas.


Questionado sobre quais seriam as preocupações para um futuro próximo, o presidente da Alta aposta em duas principais: os impactos da crise europeia na economia global e a alta do preço do petróleo, que comprometeria a elasticidade das tarifas. Kriete acredita que a redução do preço das passagens é uma tendência permanente. O CEO da Tam também defende essa tendência, “Os preços continuarão competitivos e os passageiros só têm a ganhar. O cliente terá cada vez mais opções”.


Entre as apostas dos líderes presentes, a Argentina foi citada por Barroso como um mercado crescente e atraente, além de fundamental à integração da América do Sul. Heilbron aposta na Venezuela como mercado estratégico. De acordo com o presidente da Alta, Caracas tem potencial para se tornar um importante hub no continente.


O Alta’s Airline Leaders Forum termina na noite de hoje (18/11) com coquetel no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro.


Fonte: Mercado e Eventos

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